História

Região central da cidade (2002)
(Fotos: Prefeitura Municipal)
Tendo sua gênese vinculada ao avanço agrícola sobre o semiárido piauiense, a vila de Bom Jardim veio a ganhar seus primeiros contornos por volta da segunda metade do século XVIII, quando as fazendas de culturas sazonais definiam a origem dos conglomerados sociais.

Constituindo-se como região habitada e politicamente interessada em tornar-se município desde 1880, a vila de Bom Jardim já era composta por poucas dezenas de casas, que devido as favoráveis condições ao desenvolvimento da agricultura e da pecuária situavam-se às margens da represa de Bom Jardim.

A religião fazia parte do cotidiano da população, que rotineiramente participava das “desobrigas”, denominação dada às missas celebradas na época. Os sacerdotes responsáveis pelas celebrações religiosas, geralmente oriundos do município de São Raimundo Nonato, chegavam até a região por meio de transportes rústicos como, por exemplo, a carroça. Queimadas do Senhor do Bonfim foi a primeira região a receber essas celebrações religiosas, onde também foi construída a primeira capela, hoje um dos principais exemplares do patrimônio histórico e cultural do município.

Dirceu Arcoverde - Imagens de satélite/2000
(Foto: Google Earth) 
A primeira professora a ministrar aulas foi "Tia Cotinha", na Fazenda Urubu. Os métodos eram rigorosos, e o uso de palmatória era frequente em alunos que infringiam as rígidas regras educacionais da época. Outro método usado era a "Licença", peça de madeira ou pedra em formato quadrado que os alunos tinham que portar ao sair temporariamente da sala de aula, tal objeto simbolizava a permissão que o aluno tinha em estar fora da sala enquanto que os demais estudantes não poderiam deixar a sala enquanto a "Licença", trazida pelo colega, estivesse de volta.

No ano de 1962, Bom Jardim passou por um turbulento movimento político que culminou em sua emancipação, tendo como primeiro administrador "Tidinho", nomeado até que se realizassem as primeiras eleições. Contudo, dois anos após a suposta emancipação, no ano de 1964, quando começa a vigorar o comando militar sobre o país, Bom Jardim retorna à condição de povoado permanecendo nesse impasse durante 15 anos até definitivamente alcançar o status de município, em 30 de novembro de 1979 (IBGE Cidades).

Dados: IBGE - Organização: Emília Rabêlo, 2006.
Atlas Escolar Piauí. José Araújo (org), 2011.
Durante a ditadura militar foram instalados 17 municípios na unidade federativa do Piauí, contudo, desse total de municípios, 16 já haviam sido criados desde o início do ano de 1964, sendo o município de Dirceu Arcoverde o único efetivamente criado durante a vigência da ditadura militar, fator que deu ao município o apelido de “Vitoriosa da Ditadura” (Araújo, 2011). A emancipação política ocorreu no mês de novembro do ano de 1979, um ano após a morte do ex-governador e então senador Dirceu Mendes Arcoverde, o qual foi homenageado com a atribuição de seu nome ao novo município emergente.

Instituído sob o número de ordem 115º no estado do Piauí, o município de Dirceu Arcoverde teve origem por desmembramento do município de São Raimundo Nonato no período da ditadura militar. Essa época em que se instalou no país o governo ditatorial entre os anos de 1964 até 1985 foi marcada pela repressão política, o que reverberou em uma participação social mínima no espaço político nacional. Nesse período, os governos estaduais eram escolhidos por Assembleias Legislativas. É nesse momento que ocorre também a retração no processo de reorganização político-administrativa do Piauí (Araújo, 2011).

O recém-instituído município tinha como um dos seus principais distritos o povoado de Fartura, que hoje é município próprio emancipado no ano de 1992 sob o nome de Fartura do Piauí.